Tuesday, February 06, 2007

A ECOVILA FUNDAÇÃO FINDHORN REGISTRA BAIXA RECORDE MUNDIAL DE PEGADA ECOLÓGICA














A ECOVILA FUNDAÇÃO FINDHORN REGISTRA BAIXA RECORDE MUNDIAL DE PEGADA ECOLÓGICA

A ecovila Fundação Findhorn em Moray, na Escócia, entre todas as comunidades do mundo industrializado, registrou baixa recorde da pegada ecológica. A pegada ecológica* é uma ferramenta que mede o consumo de recursos e a criação de resíduos ou de lixo, cada vez mais indispensável ao mundo de hoje em que a eficiência energética e a sustentabilidade são fundamentais no esforço para combater as alterações climáticas.


A pegada ecológica da ecovila é pouco mais que a metade da média nacional britânica, o que significa que um morador de lá consome apenas a metade dos recursos e gera a metade dos resíduos ou do lixo que a média dos cidadãos do Reino Unido.

O estudo foi desenvolvido pela GEN-Europe (Global Ecovillage Network, a Rede Global de Ecovilas), em colaboração técnica com o Instituto Ambientalista de Stockholm, baseado na Universidade de York.

Jonathan Dawson, presidente da GEN, explica como a ecovila alcançou a extraordinária marca: “Um grande número de pessoas aqui se alimenta de produtos orgânicos e cultivados no local– e isso faz a grande diferença na pegada ecológica”.
E prossegue: “Muitos moradores vivem em casas eficientes em energia. Além disso, temos quatro turbinas eólicas em funcionamento. Esses moinhos de vento fornecem não apenas a eletricidade de que precisamos, mas também, com a abundância de ventos que temos aqui, nos tornamos exportadores de energia”.

As pegadas de alimentos e de moradia e energia da comunidade estão entre 37% e 21.5 %, respectivamente, da média nacional britânica.

Outro fator importante é o compartilhamento de facilidades e recursos, como por exemplo o refeitório comunitário, que registrou uma pegada ecológica de consumo de 46% da média nacional. Um alto índice de empregos na própria ecovila reduziu drasticamente a necessidade de deslocamentos – os deslocamentos dos moradores da ecovila por carro ou trem são apenas 5% e 40%, respectivamente, da média nacional.

Para Jonathan Dawson, esse recorde é extraordinário e valida as muitas abordagens adotadas na ecovila.

A partir deste estudo, pode-se concluir que é possível reduzir significativamente nosso consumo de recursos mantendo uma alta qualidade de vida.

“Ainda há muito a ser feito para que nossa pegada ecológica chegue aos níveis verdadeiramente sustentáveis a que se referem os especialistas. Isso inclui a construção de moradias mais

ecológicas e um aumento no número de visitantes vindos de todo o Reino Unido. Esses números vêm crescendo nos últimos anos e já chegam a 45%.”

Para a brasileira May East, educadora e consultora para sustentabilidade, moradora de Findhorn há 15 anos, “as ecovilas se encontram na vanguarda dos projetos de sustentabilidade do mundo. O design de ecovilas reconecta as demandas locais às ofertas locais, se utiliza de tecnologia verde e enfatiza uma vida comunitária cooperativa e saudável. Esse planejamento integrado permitiu que a ecovila Findhorn reduzisse seu impacto sobre o planeta”.

“O planejamento de ecovilas cria circunstâncias entre os aspectos social, ecológico e econômico da comunidade em que não há perdedores. Isso pode ser aplicado a novos planejamentos urbanos ou rurais e também a regeneração de bairros e comunidades existentes.”

May East, Jonathan Dawson e Michael Shaw, os três, moradores da ecovila Findhorn, chegam ao Brasil em abril para ministrar o novo curso de capacitação para designers de sustentabilidade “Educação Gaia”, desenvolvido pela Rede Global de Ecovilas, que tem o apoio da Nações Unidas.

Em 2006 os cursos de Educação Gaia foram oferecidos em centros de excelência e demonstração de sustentabilidade em países de cinco continentes, incluindo: Instituto Tonantzin do México, Crystal Waters da Austrália, Sieben Linden da Alemanha, o kibutz Lotan de Israel, Tamera em Portugal e a Fundação Findhorn da Escócia.

O curso acontecerá novamente em 2007 em parceria com a Universidade Livre do Meio Ambiente e Cultura de Paz – UMAPAZ - da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. As aulas são gratuitas e um certificado de participação será oferecido apenas aos alunos que participarem de todos os módulos (Dimensões Social, Ecológica, Econômico e Visão de Mundo).

Para May East, coordenadora deste treinamento, “o curso de capacitação Educação Gaia oferece uma estratégia de base que responde às alterações climáticas e ao desafio da transição local, regional e global para a sustentabilidade. As ecovilas, enquanto microcosmos experimentais de planejamento sustentável, podem ensinar importantes lições sobre como pisar de maneira mais leve na Terra e, assim, reduzir nossa pegada ecológica”.

* Pegada ecológica - "ecological footprint", em inglês - é um indicador da pressão exercida sobre o ambiente. Representa a quantidade de hectares necessários para sustentar a vida de cada pessoa no mundo. A média é 2,2 hectares, mas o espaço disponível para regeneração ("biocapacidade") é de apenas 1,8 hectare. Alguns exemplos: Estados Unidos, 9,6; Reino Unido, 5,6; Japão, 4,4; Brasil, 2,1; China, 1,6; Índia, 0,8. Os três primeiros são devedores; os últimos, credores -usam menos do que a média. (Fonte: Folha de S.Paulo, “Pegada Ecológica”, Marcelo Leite, 29/10/2006)




Para entrevistas e mais informações, contate:
May East
Fone: 00 44 7717 222 454
e-mail: mayeast@findhorn.org

Para informações sobre o curso, contate:
Glacilda ou Eliana
Fone: 11 5572-1004
e-mail: educacaogaia2007@yahoo.com.br

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